Após uma operação policial no Rio de Janeiro que resultou em um alto número de mortes, sete governadores anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”. O projeto visa integrar os estados no combate ao crime organizado através do compartilhamento de informações de inteligência, apoio financeiro e envio de contingente policial.

A iniciativa foi formalizada durante uma reunião no Palácio Guanabara, com a presença dos governadores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Goiás, além da vice-governadora do Distrito Federal. O governador de São Paulo participou remotamente.

O Rio de Janeiro sediará inicialmente o consórcio, responsável por organizar a formalização do grupo. Segundo o governador do Rio de Janeiro, a intenção é dividir experiências, soluções e ações para combater o crime organizado.

Embora a iniciativa seja liderada por governadores alinhados politicamente, o objetivo é incluir todas as 27 unidades da Federação. A meta é trocar experiências, recursos humanos e materiais, além de realizar compras conjuntas de equipamentos para enfrentar a onda de violência que afeta diversos estados brasileiros.

A operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que antecedeu o anúncio do consórcio, foi elogiada pelos governadores presentes. A ação, que buscava a captura de um líder de facção criminosa, resultou em mais de cem mortes, incluindo policiais militares, e na apreensão de dezenas de fuzis, além de causar transtornos na cidade com a interdição de vias. O alvo principal da operação, no entanto, não foi preso.

Especialistas em segurança pública apontam que o crime organizado possui raízes econômicas e sociais complexas, que não são combatidas por operações policiais isoladas. Organizações da sociedade civil e movimentos sociais criticam a alta letalidade policial e o desrespeito aos moradores das comunidades. Há também denúncias de execuções e torturas cometidas por policiais durante a operação.

Os governadores afirmam que o objetivo do consórcio é oferecer ações práticas, sem “politização” da segurança pública. Criticam, no entanto, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que tramita no Congresso Nacional, argumentando que a proposta retira dos governadores a autonomia sobre as diretrizes da segurança pública, transferindo-a para o governo federal.

O governo federal argumenta que a PEC mantém as autonomias das forças de segurança estaduais e distrital.

Paralelamente à criação do consórcio, o governo federal e o governo do Rio de Janeiro anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado no estado, visando melhorar a integração entre as esferas federal e estadual. O governo federal também anunciou o aumento do efetivo da Polícia Rodoviária Federal nas estradas e de agentes de inteligência no Rio, além do envio de peritos. A pedido do governo do Rio de Janeiro, foi autorizada a transferência de presos para presídios federais.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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