Yamma, este é no novo nome da tigresa Tiquiça, que chegou na tarde desta quarta-feira (13) no Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, no Jardim Panorama, em Cotia. O animal de 15 anos foi resgatado de um circo em Teresina, capital do Piauí, vítima de maus tratos.
A equipe formada pelo motorista Claudinho de Souza, a veterinária Kelli Spitaletti e a bióloga Andréa Filomena Freixeba, saiu de Teresina no início da manhã de sábado (9). Viajaram mais de três mil quilômetros até Cotia numa aventura desgastante. No primeiro dia, foram 800 quilômetros, mas no segundo só foi possível andar metade do percurso previsto. A bióloga Andréa contou que o sol forte obrigou diversas paradas a mais para monitorar as condições de resistência, dar água e jogar no corpo do animal. No terceiro dia, as condições se inverteram, a chuva impediu que cumprissem o trecho pretendido. E nos dois últimos dias, puderam, então, rodar com mais rapidez e concluir a viagem que salvou a vida da tigresa Yamma.
Surpresa
Durante a rotina de viagem, uma descoberta: Yamma não sabe comer carne de boi, “porque nunca foi oferecido a ela durante estes anos todos no circo”, diz a bióloga Andreá e emenda que “nestes dias se alimentou só de frango” completa. Na época de vida no circo a tigresa só se alimentava de “gatos pegos na rua e frangos estragados, o que pode ter provocado vários tipos de doenças”, completa.
A vida na nova casa
A partir de hoje, a jovem Yamma iniciou vida nova, vai viver num local amplo ao lado de outros animais, inclusive, felinos abrigados no Rancho. Mas, para que consiga uma vida melhor, terá que passar por uma bateria de exames. Nos próximos dois meses ela deve permanecer na jaula em que viajou do nordeste até Cotia, para facilitar a aplicação de medicamentos e depois, aos poucos, a adaptação ao novo lar.
Segundo Andréa, o tempo normal de vida de um animal desse porte é de aproximadamente 30 anos em cativeiro, mas neste caso, dificilmente ela conseguirá chegar a esta idade, devido ao longo tempo de maus tratos. Além de não ter um olho e estar praticamente cega de outro, Yamma está muito magra, com unhas e dentes danificados, com problemas nos rins e corre risco de ter uma infecção generalizada. “O risco dela morrer é muito grande, mas faremos de tudo para salvá-la”.
Antes de ser denunciado, o dono do circo, usava o animal como chamariz. Mesmo sem condições de se locomover, a tigresa era arrastada pelas ruas do bairro de Teresina como principal atração do espetáculo e com isso atrair crianças.
Fonte-Cotia Todo Dia