Em resposta à recente operação que resultou em um elevado número de mortes no Rio de Janeiro, o governo federal enviará uma comitiva de ministros para se reunir com o governador Cláudio Castro. A delegação, composta por Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) e Anielle Franco (Igualdade Racial), tem partida agendada para as 15h desta quarta-feira. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também integrará o grupo.
A decisão foi confirmada por Lewandowski após uma reunião de três horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada. O encontro teve como pauta principal a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, e que deixou um saldo de mais de 130 mortos. A contagem final de vítimas ainda está em andamento, com moradores das comunidades envolvidas realizando buscas por corpos em áreas de mata.
Diante da situação, Lewandowski ofereceu o apoio de peritos criminais e médicos legistas da Polícia Federal e da Força Nacional para auxiliar na identificação dos corpos. A iniciativa busca garantir a precisão e a celeridade no processo de identificação das vítimas, além de dar suporte às investigações.
Em entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro classificou a Operação Contenção como “um sucesso”, lamentando apenas as mortes de quatro policiais. A declaração gerou críticas e controvérsia, considerando o alto número de civis mortos durante a ação.
O ministro da Justiça informou que o governador do Rio de Janeiro não solicitou a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no contexto da operação. Caso a solicitação seja formalizada, caberá ao presidente da República a decisão final.
A Operação Contenção é considerada a mais letal da história do estado. Em resposta à ação policial, facções criminosas realizaram bloqueios em diversas vias da cidade, utilizando veículos incendiados, barricadas e entulho. Especialistas apontam que a operação não alcançou o objetivo de conter o crime organizado e, ao contrário, contribuiu para o aumento da violência.
Adicionalmente, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, atendeu ao pedido do governo do Rio de Janeiro para transferir dez detentos para presídios federais. Segundo informações, esses detentos teriam liderado, de dentro das unidades prisionais, ações que contribuíram para o cenário de caos na capital fluminense.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



