Neste Dia Internacional para Acabar com a Impunidade para Crimes Contra Jornalistas, celebrado em 2 de novembro, as Nações Unidas trazem à tona um panorama alarmante sobre a segurança dos profissionais da imprensa. Segundo a Unesco, mais de metade das mortes de jornalistas em 2023 ocorreu em áreas de crises e conflitos, destacando os perigos enfrentados por quem exerce o jornalismo em zonas de risco.
A organização destaca que o número de prisões e ameaças, especialmente contra mulheres, alcançou níveis recordes, refletindo uma realidade que transcende fronteiras. Em sua mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, menciona o impacto devastador dos atuais conflitos em Israel e nos Territórios Palestinos sobre jornalistas, além de lembrar o custo de investigar temas sensíveis, como corrupção, violações de direitos humanos e crimes ambientais.
A pesquisa da Unesco revela que 73% das jornalistas entrevistadas relataram terem sido alvo de violência online devido ao trabalho que exercem, uma forma crescente de silenciamento virtual. No entanto, a impunidade ainda é uma constante: menos de 10% dos crimes cometidos contra jornalistas resultam em punições, o que torna o ambiente de trabalho desses profissionais cada vez mais hostil.
A América Latina segue sendo uma das regiões mais perigosas para jornalistas, com mais de 1,7 mil profissionais assassinados desde 1993. Em 2024, Addis Abeba, capital da Etiópia, será o epicentro de discussões globais sobre o tema, com eventos nos dias 6 e 7 de novembro.
O apelo da ONU é claro: garantir proteção e justiça para os profissionais de mídia em todo o mundo é uma responsabilidade de cada Estado. A preservação do jornalismo livre e seguro é crucial para a democracia e o direito à informação da sociedade.
Fonte: Nações Unidas ONU