O G20, composto pelas maiores economias mundiais, se prepara para divulgar um documento inovador sobre minerais críticos. O texto, que está em fase final de negociação, ressalta a importância de que o beneficiamento desses minerais ocorra nos países de origem. A iniciativa é vista como um avanço significativo, especialmente para as nações em desenvolvimento, segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough.

A confirmação desse movimento ocorreu durante uma coletiva de imprensa realizada pelo Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, em antecipação à Cúpula de Líderes do G20. O evento está programado para ocorrer no próximo fim de semana, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A África do Sul, que detém a presidência do bloco neste ano, elegeu os minerais críticos como uma de suas prioridades.

Em sua participação por videoconferência, o embaixador Gough, que já está em Joanesburgo para as negociações pré-cúpula, enfatizou a relevância do documento. “É a primeira vez que se consegue um texto sobre isso”, afirmou, explicando que o documento estabelece princípios a serem seguidos na extração e no beneficiamento de minerais críticos.

Um dos pontos mais importantes destacados pelo embaixador é a priorização do beneficiamento nos países de onde os minerais são extraídos. Essa medida está alinhada com os interesses dos países em desenvolvimento, que buscam agregar valor à sua produção dentro de seus próprios territórios.

Minerais críticos são elementos essenciais para diversos setores estratégicos, incluindo tecnologia, defesa e transição energética. A oferta desses recursos enfrenta riscos de escassez e dependência de poucos fornecedores. Lítio, cobalto, níquel e terras raras são alguns exemplos de minerais cruciais para a fabricação de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.

O G20, criado em 1999, é o principal fórum de cooperação econômica internacional. Originalmente, o grupo reunia apenas ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, mas, ao longo do tempo, ganhou relevância política e evoluiu para o formato atual, com a participação de chefes de Estado e de governo.

Além da declaração sobre minerais críticos, os líderes do G20 devem divulgar uma declaração conjunta, que está sendo negociada pelos embaixadores. A área financeira também terá uma declaração própria, abordando temas como sustentabilidade da dívida pública e facilitação de investimentos.

A agenda do presidente Lula em Joanesburgo inclui encontros bilaterais com outros líderes, incluindo o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa. Ele também participará de uma reunião entre os líderes do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas). Posteriormente, o presidente seguirá para Maputo, Moçambique, para uma visita de trabalho.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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