O Ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, renunciou ao cargo, conforme comunicado oficial do governo argentino nesta quarta-feira. A saída de Werthein representa a segunda mudança na chefia da diplomacia durante os quase dois anos de mandato do presidente Javier Milei.
As razões para a demissão de Werthein e o nome de seu sucessor ainda não foram divulgados. O ex-chanceler já havia servido como embaixador argentino nos Estados Unidos.
A renúncia acontece em um momento politicamente sensível, a poucos dias de uma importante eleição legislativa no domingo. O partido de Milei, de orientação libertária, busca ampliar sua representação no Congresso, atualmente minoritária, com o objetivo de consolidar sua estratégia de cortes de gastos e medidas de austeridade para impulsionar a economia do país.
Segundo informações, a saída de Werthein era esperada após o pleito de domingo, mas ele teria antecipado sua decisão, apresentando a renúncia na noite de terça-feira.
Werthein havia assumido o cargo há quase um ano, substituindo Diana Mondino, a primeira ministra das Relações Exteriores do governo Milei. Mondino foi demitida após votar a favor do levantamento do embargo dos EUA contra Cuba nas Nações Unidas.
A saída de Werthein ocorre em um momento delicado para o presidente Milei. Sua popularidade tem sido afetada pelo descontentamento popular em relação aos impactos dos cortes, especialmente entre idosos e pessoas com deficiência, além de um recente escândalo de corrupção envolvendo o governo.
No início da semana, Milei mencionou a possibilidade de mudanças no gabinete após as eleições de meio de mandato, que ganharam ainda mais atenção após sinais de que o apoio financeiro de Washington à Argentina poderia estar condicionado aos resultados eleitorais.
O Tesouro dos EUA já havia aprovado uma linha de swap cambial de US$ 20 bilhões com a Argentina e indicou estar trabalhando em uma linha adicional de US$ 20 bilhões com bancos e fundos de investimento.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br