Nilton Ramos
Segunda-feira, dia 28 de abril de 2008, data em que ocorreu mais um conflito entre a Prefeitura de Itapevi e os perueiros da cidade. O que parecia apenas outro episódio da “novela” sobre o funcionamento do transporte alternativo no município, tornou o centro da cidade, para ser preciso, a avenida Ferez Nacif Chaluppe (Corredor Oeste), uma verdadeira praça de “guerra”. Representando o Itapevi Notícias, também estive no local para registrar o fato e, pasmem, fui covardemente agredido por guardas municipais e policiais militares que tentaram impedir o registro fotográfico do tumulto.
Tudo começou por volta das 16 horas quando a Guarda Municipal impediu o trajeto de uma Van de transporte alternativo na avenida Ferez Nacif Chaluppe e ameaçou apreender o veículo.
Cumprindo meu papel, comecei a registrar o conflito, fazendo fotos e colhendo depoimentos dos perueiros que, durante o confronto, reclamavam de agressão e pediam para a Guarda Municipal aguardar a chegada do advogado, que representa a cooperativa a qual eles pertencem, para averiguar a situação.
Como é de conhecimento de todos, à Guarda Municipal cabe a proteção do Patrimônio Público e não fazer bloqueio e abordagem ilegal em lugar que não seja próprio municipal. Porém, no conflito, agiram com total abuso de poder, descumprindo o que determina a lei.
Eu não estava cometendo nenhuma infração, por isso, me recusei a cumprir o pedido que, naquele momento, seria para ele, a única maneira de impedir o comprovado descaso da PM frente ao confronto. Ele queria se livrar das imagens que comprovam a conivência da PM com a agressividade da GM.
Diante da recusa, ele espirrou no meu rosto espargidor (spray de pimenta). Mesmo atingido e com dificuldades para respirar, continuei protegendo a máquina e fui covardemente agredido pelo guarda municipal Ulisses D’amico que me golpeou com a tonfa nas costas. Enquanto isso, o tenente Bento tentava retirar a máquina fotográfica das minhas mãos.
Mesmo diante de tamanha brutalidade consegui escapar e corri rumo à Delegacia de Polícia que está localizada a poucos metros do ponto onde aconteceu o conflito. Antes de entrar na delegacia fui novamente agredido pelo sargento da Polícia Militar, Celestrin.
Embora machucado consegui entrar na delegacia e fui ignorado pelo delegado de polícia, Raul Francisco de Souza, que pediu apenas que eu aguardasse. Sem entender o que ocorria, pedi para fazer o boletim de ocorrência, mas novamente ele pediu para aguardar, mesmo vendo vários GMs me insultando e ameaçando.
Como o delegado não tomou providências, segui para a seccional de Carapicuíba onde fui orientado a fazer exame de corpo delito e retornar à Delegacia de Itapevi para fazer um BO.
Na manhã desta terça-feira, dia 29, fiz o exame de corpo delito e o BO na Delegacia de Itapevi.
Isso não posso dizer. Mas quero deixar bem claro que, apesar das agressões, continuarei fazendo meu trabalho, registrando os fatos, colhendo depoimentos e fotografando, pois, não se pode impedir o direito a informação. Que seja resguardada a integridade de todo cidadão e o direito a liberdade de imprensa!