A Câmara Municipal de Cotia está no centro de um debate que expõe uma polêmica: o uso de 17 carros oficiais e a destinação de 3.400 litros de gasolina mensais, distribuídos entre os parlamentares. O custo elevado com veículos e combustíveis vem gerando indignação na população, que exige uma gestão mais eficiente e transparente dos recursos públicos. Nesse cenário, o vereador Alexandre Frota tomou uma decisão que quebra o padrão e promove reflexões sobre os benefícios concedidos aos parlamentares.

Em um gesto inédito e amplamente elogiado, Frota devolveu o carro cedido pela Câmara e abriu mão dos 200 litros de gasolina mensais a que tinha direito. A decisão foi anunciada por ele em suas redes sociais, marcando um novo capítulo em sua trajetória política, pautada pela economia e pela transparência. “Em tempos de economia, corte de gastos e redução de custos, estou aqui hoje recebendo um carro que todos os vereadores têm direito. Mas, por uma questão de economia, eu decidi devolver o carro e também não utilizar os 200 litros de gasolina. Quero ajudar na redução de custos. Vou usar meu próprio carro e arcar com a gasolina do meu bolso”, declarou o parlamentar em um vídeo.

O gesto não é apenas simbólico; ele representa uma economia direta nos cofres públicos e coloca em questão a necessidade de tantos veículos para os parlamentares de Cotia. Cidades vizinhas já enfrentaram situações semelhantes. Em Itapevi, por exemplo, após a constatação de exagero de números de veículos pelo Tribunal de Contas, foi determinado o corte drástico de veículos oficiais. Hoje, a Câmara de Itapevi conta com apenas três carros compartilhados entre todos os vereadores e secretarias, com controle rigoroso de uso.

Enquanto Alexandre Frota abre mão dos benefícios e demonstra compromisso com a economia, o novo presidente da Câmara de Cotia enfrenta o desafio de moralizar essa situação. É imprescindível que a Casa de Leis repense a distribuição dos veículos e adote medidas que estejam alinhadas aos princípios da eficiência e da responsabilidade fiscal. Não basta que um parlamentar, de forma individual, abra mão de tais regalias; é necessário legislar para que a própria estrutura seja revista, como ocorreu em Itapevi.

A atitude de Frota também serve de exemplo para seus colegas. Apesar de ser uma decisão voluntária, ela reforça a necessidade de um debate coletivo sobre o uso racional dos recursos públicos. É uma postura que deveria ser amplamente adotada por todos os representantes, especialmente em um momento de crise econômica e crescente descontentamento popular.

Resta saber se outros vereadores seguirão o exemplo e se a presidência da Câmara tomará medidas concretas para reduzir os custos. A população de Cotia espera que esse episódio seja um ponto de inflexão e que a “Farra dos Carros” dê lugar a uma gestão mais eficiente, ética e focada nos interesses públicos.

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