A SaferNet, organização focada na defesa dos direitos humanos na internet, especialmente de crianças e adolescentes, promove um evento online nesta quinta-feira, às 19h, com o tema “Famílias Conectadas: tira dúvidas sobre estratégias de supervisão familiar”.
O objetivo é oferecer aos pais e responsáveis orientações sobre como acompanhar os jovens no ambiente digital de maneira segura. A iniciativa visa capacitá-los a identificar comportamentos que possam indicar riscos, como exposição a conteúdos inadequados ou interação com pessoas de identidades falsas com intenções de aliciamento.
Em parceria com o Google, o encontro contará com especialistas na área. Os participantes poderão enviar perguntas através do chat da página do YouTube onde a transmissão será realizada.
Durante o evento, será apresentada a ferramenta Family Link, do Google, que permite aos pais mediar o uso da internet pelos filhos, estabelecendo limites de tempo de navegação e monitorando os sites acessados. O Family Link está disponível para navegadores e aplicativos.
Outro recurso a ser abordado é o SafeSearch, também do Google, que filtra conteúdos sensíveis, como imagens de violência ou sexo explícito. A SaferNet já disponibilizou um vídeo com reflexões sobre o tema.
Além disso, o Instituto Liberta lançou um guia para ajudar as crianças a entenderem seus corpos e sentimentos, desenvolvendo um senso de autoproteção. O material inclui publicações para cuidadores e familiares, bem como vídeos específicos para diferentes faixas etárias: de 0 a 4 anos, de 5 a 7 anos e de 8 a 10 anos.
O instituto enfatiza a importância de ensinar os nomes corretos das partes do corpo, o que contribui para a autoproteção, o desenvolvimento saudável da identidade e da autoestima. Essa prática normaliza os termos, promovendo uma perspectiva positiva e natural em relação ao próprio corpo, em vez de vergonha ou estigma.
O guia também orienta os pais a serem receptivos às perguntas das crianças, não censurando-as, e a demonstrarem respeito e cuidado com o próprio corpo, para que os filhos sigam o exemplo.
Recursos como livros infantis, bonecos e bichos de pelúcia são recomendados para auxiliar no processo de aprendizagem.
Cristina Cordeiro, diretora-adjunta do Instituto Liberta, reconhece que existe resistência a esse tipo de instrução na sociedade. Ela afirma que o guia simplifica a questão, mesmo em famílias com tabus, e diminui o medo de antecipar etapas no desenvolvimento infantil ao abordar o assunto sem referências adequadas.
“Ensinar crianças pequenas a reconhecer situações desconfortáveis e a nomear corretamente as partes do corpo reduz o risco de abuso sexual e facilita a revelação de violência sofrida”, argumenta.
Segundo Cordeiro, o guia é um instrumento de transformação social, mostrando que falar com responsabilidade é uma forma de proteger crianças e adolescentes.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



