Policial que matou estudante de Medicina é indiciado por homicídio doloso em São Paulo

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Um policial militar que atirou contra o estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi indiciado por homicídio doloso – quando há intenção de matar – em um Inquérito Policial Militar (IPM). A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a ocorrência, registrada por câmeras corporais, está sendo investigada.

O caso aconteceu na última quarta-feira (20), por volta das 2h50, na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Durante uma abordagem policial, o estudante foi morto com um disparo de arma de fogo efetuado pelo policial Guilherme Augusto Macedo. Outro policial que participou da ação também foi afastado das atividades operacionais até a conclusão das investigações.

Investigação

Segundo a SSP, a conduta dos agentes está sendo rigorosamente investigada. “As imagens das câmeras corporais que registraram o fato serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)”, informou o órgão em nota.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lamentou o ocorrido por meio de redes sociais. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”, afirmou.

Letalidade policial em alta

O caso reacendeu o debate sobre a letalidade policial no estado. Claudio Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, criticou um possível retrocesso na segurança pública. Ele apontou que discursos de autoridades que validam ações mais letais, o enfraquecimento de organismos de controle interno e a redução do uso de câmeras corporais impactam negativamente a atuação da polícia.

De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), de janeiro a novembro deste ano, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% em comparação ao mesmo período de 2023, passando de 313 para 577 vítimas fatais. O controle dessas ações é realizado pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), que analisa os dados fornecidos pelas polícias civil e militar.

A morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta se soma às estatísticas e coloca em evidência a necessidade de respostas mais efetivas para a redução da letalidade policial e a preservação dos direitos humanos.

Fonte: Agência Brasil

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