Mais de um milhão de candidatos em todo o país participaram da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND), um marco para quem busca aprimoramento na área da educação. A prova, que teve duração de cinco horas e meia, é um passo importante para licenciados e professores que desejam utilizar a nota em processos seletivos estaduais e municipais.

No Distrito Federal, a história de Francisco Gilvar Pereira da Silva, de 56 anos, é particularmente inspiradora. Filho de pais analfabetos do Piauí, Francisco está prestes a concluir sua segunda graduação em Letras – Português. Sua jornada começou cedo, trabalhando desde os sete anos. A mudança para Brasília, impulsionada pelo serviço militar, o aproximou do ambiente escolar, onde despertou sua vocação para o ensino. Após galgar posições em uma escola privada, ele se tornou o primeiro membro da família a cursar o ensino superior e, agora, busca retribuir, levando educação para sua terra natal.

Outro exemplo notável é o de Edinácio Silva Vargas, um indígena de 32 anos da etnia Marubo, vindo do Vale do Javari, no Acre. Edinácio sonha em ser professor de inglês, unindo sua formação em gestão pública com a paixão por idiomas. Ele vislumbra utilizar seus conhecimentos para apoiar e mediar o aprendizado, contribuindo para a formação integral de seus futuros alunos.

Diego Lima, um atleta paralímpico e futuro professor de educação física, também prestou a PND. Inspirado por seus próprios mestres, ele busca retribuir o incentivo que recebeu, transmitindo seus conhecimentos e experiências para as próximas gerações. Diego, que superou a paralisia cerebral para se tornar um velocista cadeirante, almeja fazer a diferença na vida de outros atletas, mostrando que a educação e o esporte podem transformar vidas.

A jovem Maíra Araújo dos Santos, de 23 anos, encontrou inspiração em sua professora de química do ensino médio. Motivada a desmistificar a área, Maíra busca mostrar aos alunos que a química está presente em tudo ao nosso redor e pode ser uma matéria fascinante, não apenas temida.

Solange Oliveira Braga, já formada em pedagogia, vê na PND uma oportunidade de se preparar para o concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, previsto para 2026. Seu objetivo é lecionar para crianças menores de cinco anos, motivada pela experiência de cuidar dos irmãos mais novos e pelo exemplo de familiares que atuam na área da educação infantil.

Marcela Silva Vaz, de 31 anos, também está prestes a concluir sua licenciatura e enxerga na docência uma forma de contribuir para a sociedade. Ela almeja trabalhar com crianças em situação de vulnerabilidade social, atuando nos primeiros anos do ensino fundamental para promover a alfabetização e o desenvolvimento integral dos alunos. Marcela defende a necessidade de adaptar as redes de ensino para atender às necessidades de estudantes neurodivergentes e com outras necessidades especiais, garantindo uma educação inclusiva e de qualidade para todos.

Brasília se destaca como a terceira cidade com o maior número de inscritos na PND, com 18.754 participantes. A pedagogia lidera as áreas de licenciatura, com mais de 560 mil inscritos, seguida por Letras – Português, Matemática e Educação Física. A PND, que será aplicada anualmente, faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, um conjunto de ações que visam valorizar e qualificar o magistério da educação básica e incentivar a docência no país.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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