Na terça-feira, 06, a denúncia chegou até o Itapevi Notícias e o diretor do site resolveu apurar, ligando diretamente para a chefe do PS. Luciana Casagrande confirmou toda a história e deu detalhes sobre o ocorrido. “O portão da minha casa caiu em cima do meu cachorro (um pinscher). Ele ficou muito machucado, então eu o enrolei numa colcha e o levei até o veterinário”, explica.
Segundo ela, a veterinária afirmou que só poderia dar um diagnóstico mais eficaz, a partir de uma radiografia. Entretanto, na cidade não há nenhuma clínica veterinária com equipamento de Raio-X. “A própria veterinária falou isso pra mim. Mas eu disse: é claro que tem. Então levei a cachorrinha, enrolada numa colcha, porque ela estava sangrando, até o PS e fiz. Mas infelizmente ele teve de ser sacrificado”. Luciana justifica a ação afirmando que estava desesperada e que não teve tempo de pensar nas normas e procedimentos criteriosos exigidos em locais de Saúde.
Apesar da justificativa, a ocorrência, segundo as normas e regulamentações da SEVISA (Sistema Estadual de Vigilância Sanitária), foi irregular em todos os sentidos já que de acordo com o Centro de Vigilância Sanitária (CVS), o atendimento de urgência e de emergência para seres humanos e animais são completamente diferentes e por isso devem ser feitos em locais distintos.
“Nunca vi isso. O procedimento é ilegal e inadequado. Primeiro porque vai contra todas as regras do CVS. Se isso fosse permitido não precisaria ter distinção entre atendimento emergencial para humanos e para animais. O grande problema são as zoonoses”, alertou o médico-veterinário, Rogério Batista. As zoonoses são infecções e doenças que podem ser adquiridas em contato com animais de estimação.
De acordo com Batista, há outro agravante para o procedimento. “Os níveis de radiação suportados por humanos e animais são bem diferentes, ainda mais se comparados com um cachorro de pequeno porte, como é o caso de um pinscher, que normalmente pesa menos de dois quilos. Em vez de ajudar, poderia até ter piorado”.
A reportagem do Itapevi Notícias entrou em contato com diversos técnicos de Vigilância Sanitária e todos concordaram que o procedimento foi incorreto, mas nenhum quis ser identificado, já que o Centro de Vigilância Sanitária dos municípios são independentes. Todos alegaram, que por uma questão de ética profissional, as respostas deveriam ser dadas pelo departamento da própria Secretaria de Higiene e Saúde do Município.
Prefeitura
O diretor deste site de notícias recebeu uma ligação do Secretario de Higiene e Saúde de Itapevi, Sidney Sepulcre, na terça-feira, 06, logo após ter falado com a chefe do PS. Sepulcre afirmou que a funcionária já havia sido afastada de suas funções e garantiu que responderia às perguntas da reportagem, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura.
As perguntas foram encaminhadas à Coordenadoria, na quarta-feira, por volta do meio-dia.
Ontem, quinta-feira, 08, a reportagem fez outro contato telefônico, às 11h40, com a responsável pela Coordenadoria de Comunicação, solicitando as respostas, mas até o fechamento desta matéria, elas não foram enviadas