Cidades na região de Itapetininga, em São Paulo, estão em alerta devido ao crescente número de casos de cinomose, uma doença viral altamente contagiosa e frequentemente fatal que afeta cães. A cinomose é particularmente perigosa para filhotes não vacinados e animais com sistemas imunológicos comprometidos, atacando os sistemas respiratório, digestivo e nervoso.
Em Pilar do Sul, o Departamento de Zoonoses atendeu 21 cães com cinomose este ano, com apenas um sobrevivente. No ano anterior, 18 casos foram registrados, resultando em duas sobrevivências. Esses dados referem-se a cães de rua levados ao canil municipal.
Tatuí testou 62 cães em 2025, dos quais 12 testaram positivo para cinomose. A prefeitura informou que nenhum dos animais infectados sobreviveu à doença.
Manduri confirmou 37 casos da doença este ano e encaminhou outros 30 casos suspeitos para clínicas em cidades vizinhas para diagnóstico e tratamento.
Avaré também relatou um aumento nos casos de cinomose, embora não tenha divulgado números específicos. A prefeitura emitiu um alerta de surto, enfatizando a importância das medidas preventivas.
Veterinários alertam que a cinomose é considerada uma doença fatal devido aos danos graves e muitas vezes irreversíveis que causa, especialmente no sistema nervoso dos cães. Mesmo com tratamento intensivo, muitos animais não resistem à infecção. Aqueles que sobrevivem podem enfrentar sequelas neurológicas permanentes, como tremores, contrações musculares involuntárias (mioclonia) e convulsões.
A transmissão do vírus ocorre quando um cão saudável entra em contato com secreções respiratórias, fezes, urina, sangue ou saliva de um animal infectado. Isso pode acontecer por contato direto entre cães ou indiretamente, através de objetos contaminados, como comedouros, brinquedos e outros itens. A infecção pode ocorrer até mesmo durante passeios em parques ou ruas onde um cão doente passou.
Os sintomas da cinomose variam dependendo do estágio da doença, mas os sinais comuns incluem febre, perda de apetite, apatia, secreção ocular e nasal, tosse, vômitos e diarreia. Em estágios mais avançados, o vírus pode causar pneumonia, tremores, convulsões e paralisia dos membros posteriores. Devido à rápida progressão da doença e ao seu impacto em múltiplos órgãos, o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de recuperação.
A cinomose afeta apenas cães e animais silvestres da mesma família, como raposas, lobos e furões. Gatos e humanos não são suscetíveis à doença. Filhotes e cães não vacinados são os mais vulneráveis devido à sua baixa imunidade contra o vírus.
A vacinação é a principal forma de prevenção e deve seguir o protocolo recomendado por um veterinário. Geralmente, o protocolo vacinal começa aos 42 dias de vida, com três doses da vacina múltipla administradas em intervalos de 21 a 30 dias. Após a última dose, um reforço anual é essencial para garantir proteção contínua. Além da vacinação, é importante manter o ambiente limpo e evitar áreas com alta concentração de cães desconhecidos. É crucial evitar o contato de filhotes não vacinados com animais de origem desconhecida e isolar cães doentes para conter a propagação do vírus.
Fonte: g1.globo.com



