A recente decisão do executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, de suspender a compra de carne proveniente de países do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – gerou indignação e uma onda de boicotes no Brasil. Sob a justificativa de que tais produtos não atendem aos requisitos e normas da União Europeia, a medida foi amplamente criticada por entidades do setor, que acusam a rede varejista de adotar uma postura protecionista e injusta.
O impacto da decisão é significativo, uma vez que a carne brasileira é reconhecida globalmente por sua qualidade e importância econômica. Ao incentivar outras empresas do varejo francês, além de bares e restaurantes, a evitarem a compra de carnes desses países, Bompard trouxe à tona uma resposta firme por parte de entidades representativas brasileiras, como o SinHoRes (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) e a FHORESP (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo).
Boicote em Resposta à Postura do Carrefour
Em repúdio à decisão do Carrefour, o SinHoRes e a FHORESP emitiram um comunicado condenando a atitude da rede varejista e destacando o impacto negativo sobre a cadeia produtiva nacional. Ambas as entidades reforçam que a economia brasileira depende do setor agropecuário, que emprega milhões de trabalhadores e representa uma parcela expressiva do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
“O Carrefour está desrespeitando a qualidade e os esforços do setor agropecuário brasileiro, que investe continuamente em tecnologia e sustentabilidade para manter a excelência de seus produtos”, afirmou o presidente do SinHoRes. A medida foi vista como infundada e desprovida de comprovação técnica, além de desvalorizar a imagem do Brasil no mercado internacional.
Mobilização Nacional
Em resposta, o SinHoRes convocou as mais de 20 mil empresas associadas à sua base a aderirem a um boicote contra o Carrefour. A iniciativa inclui restaurantes, bares, hotéis e estabelecimentos do setor de alimentação, marcando um movimento de união e resistência em defesa da economia nacional.
“A adesão ao boicote é uma forma de demonstrar a força do nosso setor e a importância da carne brasileira no mercado global. Não podemos permitir que medidas protecionistas prejudiquem o desenvolvimento do país”, declarou o presidente da FHORESP.
Exigência de Retratação
O boicote será mantido até que o Carrefour apresente uma retratação oficial e reveja sua política de compras. As entidades enfatizam que estão abertas ao diálogo e à construção de soluções, mas não tolerarão ações que prejudiquem a imagem e os produtos brasileiros.
“É hora de mostrar que o setor de alimentação e hospedagem está unido e comprometido com a valorização do Brasil. Não vamos recuar até que a qualidade da nossa carne e a importância da nossa economia sejam respeitadas”, concluiu o comunicado conjunto.
Uma Luta pela Economia Nacional
O embate entre o Carrefour e os setores produtivos do Brasil expõe a necessidade de fortalecer o mercado interno e defender os produtos brasileiros contra práticas comerciais desleais. Este é um momento de união e ação conjunta, e o SinHoRes e a FHORESP lideram o movimento em defesa do Brasil.
A adesão ao boicote já começou a ganhar força, e a expectativa é que mais empresas e consumidores se juntem à causa, reforçando a mensagem de que o Brasil exige respeito.