No coração de São Paulo, a Praça Memorial Vladimir Herzog, erguida em memória do jornalista assassinado durante a ditadura militar e de todos que defendem a democracia no Brasil, ganha um novo espaço: o Calçadão da Resistência. A iniciativa do Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Memorial Vladimir Herzog materializa-se em tijolos intertravados, cada um gravado com o nome de personalidades agraciadas com o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, existente desde 1979.
Uma cerimônia marcou o início da instalação dos tijolos, com uma homenagem inicial a 51 vencedores do prêmio na categoria especial. Entre os nomes celebrados estão Tim Lopes, Sueli Carneiro, Mino Carta, Caco Barcellos, Luiz Gama, Dom Paulo Evaristo Arns, Perseu Abramo, Dom Phillips, Rubens Paiva, Ziraldo e os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que receberam o Prêmio Especial Vladimir Herzog de Contribuição ao Jornalismo em 2022, em reconhecimento à defesa da comunicação pública no país.
Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog e presidente do Conselho Consultivo do Instituto Vladimir Herzog, ressaltou a importância do prêmio como forma de manter viva a memória de seu pai e homenagear jornalistas que denunciam violações de direitos humanos. Ao todo, o Calçadão da Resistência contará com 1.625 nomes de homenageados.
O jornalista Sérgio Gomes, diretor da Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes, comparou os tijolos aos monumentos aos grandes jornalistas, simbolizando o melhor do jornalismo. “Os grandes jornalistas, os que ganham o Prêmio Vladimir Herzog a partir de agora, terão esse monumento, esses tijolos que mostram onde está o melhor do jornalismo”, afirmou.
O primeiro tijolo instalado no calçadão leva o nome de Mouzar Benedito, vencedor da primeira edição do prêmio. Presente na cerimônia, Benedito relembrou os tempos em que militava contra a ditadura militar, destacando a importância da imprensa para a democracia.
Andre Basbaum, presidente da EBC, enfatizou a importância do reconhecimento aos trabalhadores da empresa, especialmente em um espaço simbólico como a Praça Memorial Vladimir Herzog. “Essa praça é um lugar simbólico, que fala da memória do país e de uma memória dolorida”, disse Basbaum, ressaltando o compromisso dos trabalhadores da EBC com a democracia, o serviço público e o jornalismo profissional.
A Praça Memorial Vladimir Herzog, inaugurada em 2013, é um espaço de memória que relembra o assassinato do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura militar. Para Ivo Herzog, o jornalismo continua sendo um instrumento fundamental para a democracia. “É o poder da imprensa que nos possibilita, a cada ciclo eleitoral, ajudar a escolher quem vai nos representar”, afirmou.
Sérgio Gomes complementou, afirmando que sem jornalismo profissional, não há democracia. Basbaum concluiu que a democracia deve ser um exercício diário, e que a EBC é um lugar estratégico para lutar por sua defesa.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br



