O Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) promoveu nesta sexta-feira (25) mais uma edição do mutirão “Encontre seu pai aqui”, oferecendo exames de DNA gratuitos para famílias que buscam comprovar parentesco. O evento aconteceu na unidade do Imesc, localizada na Rua Barra Funda, 824, no centro de São Paulo, e faz parte de uma série de mutirões que ocorrem no final de cada mês.
No processo de reconhecimento de paternidade, peritos coletam material genético dos envolvidos por meio de uma pequena picada na ponta do dedo. Esse material é, então, analisado por biólogos em laboratório, e o laudo final é encaminhado ao poder judiciário. Em até 15 dias, o resultado do exame é concluído, sendo posteriormente enviado ao Ministério Público, que convoca as partes envolvidas para apresentar o laudo, o que pode adicionar mais 15 dias ao processo.
Na edição desta sexta-feira, Luana Angela da Silva compareceu ao mutirão acompanhada de seu cunhado, Sérgio, e de seu sogro, Edson, para realizar a coleta de sangue. O objetivo da visita foi reconhecer a paternidade de Enzo, de 12 anos, cujo pai faleceu antes de seu nascimento. “Registrar um filho com pai falecido é muita burocracia. É importante, principalmente para o Enzo, ver o nome do pai na certidão de nascimento, mesmo que ele não tenha conhecido nem convivido com ele”, declarou Luana.
O próximo mutirão, o 11º deste ano, está marcado para o dia 28 de novembro. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato com a assessoria do Imesc pelo telefone (11) 99356-1376. A iniciativa é fruto de um convênio entre o Ministério Público de São Paulo e o Imesc.
Como participar do mutirão de reconhecimento de paternidade
Para participar, as famílias devem levar documento de identificação com foto, certidão de nascimento da criança ou adulto e o suposto pai, caso ele esteja vivo. No caso de falecimento, desconhecimento ou distanciamento do pai, como no caso de Luana, é recomendado levar parentes próximos, como irmãos ou pais do falecido.
A investigação de vínculo genético é uma das principais atividades do Imesc, autarquia vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania. “Esse processo pode ser feito de forma voluntária pelas famílias que desejam comprovar o vínculo genético entre o suposto pai e a criança ou adulto”, explica Edílson José da Costa, superintendente do Imesc.
Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), em 2023, mais de 172 mil crianças foram registradas sem o nome do pai, de um total de 2,5 milhões de nascimentos no Brasil, representando um aumento de 5% em relação a 2022. “O trabalho do Imesc na investigação de paternidade oferece às famílias a chance de reconhecer o pai da criança no registro de nascimento, trazendo segurança e tranquilidade para o futuro dela”, conclui Edílson.