A equipe do Itapevi Notícias recebeu, nas últimas semanas, uma série de denúncias graves feitas por mães atípicas que lutam diariamente pelos direitos, pela segurança e pela dignidade de seus filhos atendidos na APAE de Itapevi. Os relatos são alarmantes e revelam um cenário de abandono, má gestão, assédio moral, falta de estrutura, práticas consideradas imorais e suspeitas de nepotismo dentro de uma instituição que deveria representar acolhimento, profissionalismo e respeito às famílias.

Segundo as mães, a APAE de Itapevi atende cerca de 300 crianças, porém de maneira extremamente precária. Elas relatam falta de profissionais capacitados, carência de materiais didáticos, ausência de recursos tecnológicos e pouca transparência administrativa. A situação, segundo as denúncias, teria se agravado nos últimos meses.

Os relatos mais frequentes envolvem a vice-diretora Rosangela Belli Franci, apontada pelas mães como agressiva, grosseira e responsável por supostas chantagens e práticas de assédio moral. O caso ganha ainda mais gravidade diante das acusações de nepotismo: o marido, Raul Franci, seria o presidente da instituição, enquanto a mãe, Benedita Morelli Franci, ocuparia o cargo de diretora. “Não sabemos se é ilegal, mas é imoral. É muito nepotismo”, desabafou uma das mães que preferiu não se identificar.

As reclamações incluem também questionamentos sobre a atuação do presidente, que, segundo as mães, trabalha em um órgão público e cumpre expediente das 8h às 17h. Elas questionam de forma contundente: “Se a APAE encerra as atividades às 17h, qual é o horário que ele realmente dedica para a instituição?”. Para as famílias, a falta de presença efetiva da presidência contribui para o abandono e a precariedade que elas denunciam.

As famílias também relatam que muitos alunos autistas, com diferentes níveis de necessidade, não recebem o suporte adequado. Professores estariam comprando materiais do próprio bolso por falta de verba, utilizando computadores pessoais e enfrentando um ambiente estruturalmente defasado. Além disso, as mães afirmam que há escassez de profissionais especializados, o que comprometeria diretamente o atendimento às crianças.

Outro ponto que revoltou as famílias é a proibição de que mães aguardem seus filhos dentro da escola, prática antes permitida especialmente para aquelas que moravam longe ou não tinham condições de deslocamento frequente. Hoje, elas são obrigadas a permanecer do lado de fora, impedidas de acompanhar o ambiente interno. “Por que não querem que as mães vejam o que acontece lá dentro? O que têm a esconder?”, questionou uma delas.

As denúncias também atingem o processo eleitoral da APAE de Itapevi. De acordo com as mães, não houve divulgação no site oficial da instituição nem em suas redes sociais. A única divulgação realizada teria sido em um jornal quinzenal, o Expressão Regional, publicado no dia 10, enquanto a eleição está marcada para o dia 19 — o que, segundo elas, dificulta que outras chapas possam concorrer, favorecendo a permanência da atual gestão. “Isso é para manter as mesmas pessoas no poder. É covardia”, afirmou uma denunciante.

Outro caso grave envolve uma criança autista que teria retornado para casa machucada, sem que a APAE informasse a família sobre o ocorrido. A mãe registrou denúncia no Ministério Público, que já apura o caso.

A falta de transparência financeira também preocupa as famílias. Elas afirmam não saber como são utilizados os recursos enviados pela Prefeitura de Itapevi e pelo Governo do Estado. Segundo os relatos, as TVs utilizadas na instituição seriam doações de mães e professores. A Prefeitura, por sua vez, já fornece nove professores, uma coordenadora, merenda escolar, transporte e apoio financeiro — ainda assim, a estrutura permanece defasada, o que levanta uma série de questionamentos.

Uma das mães lamenta que a APAE tenha perdido seus valores fundamentais. “A APAE foi criada com essência, e não com política”, disse, emocionada.

Diante de todas essas denúncias, as mães pedem uma intervenção urgente do Ministério Público de Itapevi, cobrando apuração imediata, transparência e respeito às crianças e suas famílias.

O Itapevi Notícias reforça esse apelo e seguirá acompanhando todos os desdobramentos. Nosso compromisso é dar voz às mães, garantir que a verdade venha à tona e lutar por justiça, dignidade e inclusão para todas as crianças atendidas pela instituição.

Resposta 

Após a série de denúncias recebidas pelo Itapevi Notícias, feitas por mães atípicas relatando supostas irregularidades dentro da APAE de Itapevi, o presidente da instituição, Raul Franci, recebeu nossa equipe para esclarecer cada ponto levantado. As mães denunciaram grosserias, assédio moral, falta de materiais, desorganização, má gestão e possível nepotismo dentro da unidade que atende cerca de 300 crianças com deficiência.

Durante a entrevista, Raul negou todas as acusações e disse estar tranquilo quanto à sua gestão. Confira, ponto a ponto, o que afirmou o presidente da APAE.

🔵 Raul nega assédio e grosseria da vice-diretora

Questionado sobre as denúncias envolvendo sua esposa, a vice-diretora Rosangela Belli Franci, acusada de ser grosseira, agressiva e de praticar assédio moral contra mães e funcionários, Raul foi categórico ao negar:

“Não existe grosseria, desrespeito ou assédio. A vice-diretora apenas está sendo firme na aplicação das regras. A APAE é uma escola, e precisa de ordem para funcionar. Não é permitido que mães circulem livremente de um lado para o outro durante o horário escolar.”

Segundo ele, o que vem sendo interpretado como grosseria, na verdade, seria apenas cobrança por disciplina.

🔵 Sobre o suposto nepotismo

A atual diretoria da APAE é formada por familiares: Raul Franci (presidente), Rosangela Belli Franci (vice-diretora) e Benedita Morelli Franci (diretora). As mães denunciaram que a composição seria imoral e possivelmente ilegal.

Raul explicou que assumiu o cargo porque o antigo presidente abandonou a função, e ninguém da chapa quis assumir:

“Naquele momento, alguém precisava assumir. Eu me coloquei à disposição.”

Sobre o parentesco dentro da direção, ele justificou:

A APAE é registrada como Escola de Educação Especial ‘Luz do Amanhã’.

Segundo ele, isso não configura nepotismo.

Funcionários casados, professores parentes ou membros da diretoria da mesma família não estariam em situação irregular, pois a escolha dos profissionais é prerrogativa da gestão.

“Sempre priorizo os melhores profissionais, independentemente de serem parentes ou casados.”

🔵 Materiais, TV de doações e falta de sala de informática

As mães relataram falta de materiais básicos, como itens pedagógicos, além da ausência de equipamentos.

Raul negou falta de materiais:

“Todo professor que pede material é atendido na medida do possível.”

Ele confirmou, no entanto:

A APAE não possui sala de informática, por falta de recursos.

As TVs usadas nas salas foram doações feitas por mães e professores.

🔵 Presidente confirma que trabalha na Prefeitura e diz que concilia horários

Outra crítica das mães é que Raul trabalha na Prefeitura e, portanto, não teria disponibilidade para atuar como presidente da APAE.

Ele confirmou trabalhar no Executivo municipal, mas garantiu que isso não prejudica sua atuação:

Seu expediente é das 8h às 17h;

Afirma ter horário flexível para emergências e reuniões;

Diz resolver assuntos da APAE no horário do almoço ou antes do início do expediente.

🔵 Prestação de contas

Raul declarou que nenhum pai ou responsável nunca solicitou formalmente a prestação de contas da APAE.

“Publico quando alguém pede.”

Ele confirmou que, a partir de agora, irá publicar as prestações de contas nas redes sociais e no site oficial da APAE, atendendo sugestão apresentada durante a entrevista.

🔵 Caso da criança machucada

Raul reconheceu o caso de uma criança que sofreu um machucado dentro da escola e cuja mãe alega não ter sido avisada.

Segundo ele, o problema já foi resolvido:

A criança recebeu acompanhamento;

Houve evolução significativa.

🔵 Mães que aguardam os filhos

As mães também reclamaram que não podiam aguardar os filhos dentro da instituição.

Raul negou:

“Adaptei a recepção para acolher essas mães. Comprei sofás para que elas possam esperar com conforto.”

🔵 Eleição da APAE: divulgação só em jornal e reeleição da mesma chapa

Um ponto muito criticado pelas mães é a falta de transparência na divulgação da eleição da APAE.
Raul confirmou que:

Será candidato à reeleição com a mesma chapa atual.

Não existe outra chapa inscrita.

A eleição foi divulgada apenas em um jornal de Itapevi, dentro do prazo estatutário.

Não houve publicação:

nas redes sociais da APAE,

no site oficial,

nem nos grupos internos de professores e funcionários.

“Publiquei em jornal local dentro do prazo legal. Para mim, isso foi suficiente e atende às normas.”

🔵 Conclusão

Raul Franci afirmou estar seguro sobre sua administração e reforçou que a APAE continua trabalhando com foco na educação e no desenvolvimento das crianças atendidas.

“Estamos abertos ao diálogo e sempre buscamos o melhor para nossas crianças.”

O Itapevi Notícias continua acompanhando o caso e está aberto para novas manifestações de pais, responsáveis e colaboradores.

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