O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou, durante a 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), em Santa Marta, Colômbia, seu forte apoio ao multilateralismo e criticou manobras que buscam justificar intervenções em países da região. O encontro, realizado neste domingo, reuniu líderes de 27 países da UE e 33 da Celac.

Sem citar nomes, o presidente condenou o uso da força militar, que, segundo ele, voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Lula ressaltou que a região almeja a paz e que democracias não devem combater o crime violando o direito internacional.

As declarações ocorrem em um momento de preocupação na América Latina, diante da ofensiva dos Estados Unidos contra supostos traficantes de drogas no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico. Desde setembro, o governo americano tem realizado ataques aéreos contra embarcações, sob a alegação de combate ao narcotráfico, resultando em um elevado número de mortes.

Lula reconheceu que a América Latina e o Caribe enfrentam divisões, citando ameaças como extremismo político, desinformação e crime organizado. Ele expressou preocupação com a lentidão na implementação de ideias e iniciativas discutidas em diversas reuniões.

O presidente abordou também a questão da segurança pública, enfatizando que é um dever do Estado e um direito fundamental. Ressaltou que não há soluções mágicas para a criminalidade, sendo necessário reprimir o crime organizado, combater o financiamento e eliminar o tráfico de armas. O presidente não mencionou diretamente a recente operação no Rio de Janeiro.

Lula destacou a importância da cooperação internacional, mencionando iniciativas como o comando tripartite na tríplice fronteira com Argentina e Paraguai, e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, que reúne nove países sul-americanos.

O presidente aproveitou o momento para promover a COP30, que será realizada em Belém. Ele enfatizou que o evento é uma oportunidade para a América Latina e o Caribe demonstrarem ao mundo a importância da conservação das florestas para o futuro do planeta, destacando o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.

Em defesa da igualdade de gênero, Lula expressou o desejo de ver uma mulher latino-americana no cargo de secretária-geral da ONU, cargo atualmente ocupado pelo português António Guterres, com mandato até 2026. O Brasil já havia defendido uma presença feminina no cargo máximo da instituição.

Após o evento em Santa Marta, o presidente seguiu para Belém, onde participará da abertura da COP30 nesta segunda-feira.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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