O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reuniram-se no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, para discutir a Operação Contenção e o planejamento para a retomada de territórios. Durante o encontro, Castro apresentou a Moraes dados detalhados sobre o planejamento e a execução da operação, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes. A ação visava conter a expansão da facção Comando Vermelho.
A visita de Moraes teve como objetivo obter informações sobre a operação, considerando que ele é o relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas. Essa ação estabelece regras para diminuir a letalidade policial no Rio de Janeiro, incluindo o uso proporcional da força, câmeras nas viaturas e a elaboração de um plano de reocupação de áreas dominadas por organizações criminosas. O governo do estado informou que um relatório sobre o cumprimento da ADPF será encaminhado ao STF.
Moraes também visitou a Sala de Inteligência e Controle do CICC, onde pôde observar o sistema de reconhecimento facial e o acompanhamento em tempo real das câmeras operacionais portáteis utilizadas pela Polícia Militar em todo o estado. O CICC integra as forças de segurança, monitorando ocorrências, eventos e emergências, com representantes das polícias, Bombeiros, Defesa Civil, Detran e órgãos federais e municipais.
Após a reunião, Moraes não se pronunciou à imprensa. Castro declarou que conversaram sobre o projeto de retomada de territórios, que está sendo organizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Demos ao ministro total possibilidade de tirar todas as dúvidas sobre a política de segurança do Rio de Janeiro e nos desafios no combate ao crime”, afirmou o governador.
A Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O governo do estado classificou a operação como “um sucesso”, alegando que as vítimas reagiram violentamente à ação, enquanto aqueles que se renderam foram presos. No total, foram efetuadas 113 prisões, sendo 33 de outros estados, e apreendidas 118 armas e uma tonelada de drogas. A operação, que visava conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir mandados de busca e prisão, mobilizou 2,5 mil policiais, tornando-se a maior e mais letal dos últimos 15 anos no estado. Os confrontos geraram pânico na cidade, com tiroteios, fechamento de vias, escolas, comércios e postos de saúde.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br