A Argentina, governada por Javier Milei, anunciou de última hora sua adesão à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada oficialmente nesta segunda-feira (18/11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. A decisão do país sul-americano ocorre após ter sido o único membro do G20 a não figurar na lista inicial de signatários do tratado, criado pelo Brasil.
Com a adesão argentina, o número de países integrantes da aliança subiu para 82, além da União Europeia, União Africana, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 entidades filantrópicas e não-governamentais. A informação foi confirmada pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que declarou: “Argentina está inscrita e deve anunciar sua posição!”
Tensões diplomáticas entre Lula e Milei
A adesão da Argentina ocorre em meio a uma relação diplomática tensa entre os presidentes Lula e Milei. Durante sua campanha presidencial, Milei criticou duramente o líder brasileiro, chamando-o de “comunista” e “corrupto”. Em contrapartida, Lula exigiu publicamente um pedido de desculpas, que nunca foi realizado.
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Na recepção dos líderes do G20 no Rio de Janeiro, a interação entre os dois foi notavelmente fria: Milei recebeu apenas um aperto de mão, enquanto outros líderes foram acolhidos com sorrisos e abraços.
Além da relutância inicial em aderir ao pacto contra a fome, o governo argentino resistiu a outros pontos debatidos na cúpula, como medidas sobre igualdade de gênero e a taxação de grandes fortunas, o que aumentou as tensões dentro do bloco.
Metas e compromissos da Aliança Global
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza reúne um compromisso coletivo de países e organizações para combater a miséria e a desigualdade em escala global. Cada país-membro define metas próprias para a redução da pobreza em seus territórios, com o apoio técnico e financeiro das organizações envolvidas.
Durante o lançamento, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um aporte de US$ 25 bilhões para auxiliar no cumprimento das metas estabelecidas pelos signatários. A adesão argentina abre caminho para a possibilidade de mais países ingressarem no pacto.
Importância da Aliança e os desafios
O pacto representa uma das maiores iniciativas globais para erradicar a pobreza e a fome, com ações coordenadas entre governos, organizações internacionais e instituições financeiras. Para o Brasil, o protagonismo na criação do tratado reafirma sua liderança nas discussões sociais e econômicas globais.
A entrada tardia da Argentina destaca os desafios políticos e diplomáticos que podem surgir em iniciativas multilaterais desse porte. Apesar das divergências entre Lula e Milei, a adesão argentina é vista como um gesto positivo em meio às tensões regionais e pode representar uma abertura para o diálogo entre os governos.
A Aliança em números
- 82 países-membros (incluindo Argentina), além da União Europeia e União Africana.
- 24 organizações internacionais e nove instituições financeiras envolvidas.
- 31 entidades filantrópicas e ONGs colaborando na execução dos objetivos.
- US$ 25 bilhões disponibilizados pelo BID para financiamento de projetos.
O tratado segue aberto para novos participantes, com expectativas de adesões adicionais nos próximos meses.